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“Eu Digo Basta!” chega a Juscimeira com diálogo aberto sobre violência e rede de apoio institucional

  • Foto do escritor: TOP Juscimeira
    TOP Juscimeira
  • há 7 horas
  • 3 min de leitura

É muito importante saber que existe esse tipo de apoio dentro do Judiciário e que o atendimento é sigiloso. Isso dá mais coragem para quem precisa". O depoimento da assessora judiciária Camille Corrêa de Paula representa o sentimento compartilhado por diversas servidoras da Comarca de Juscimeira (157 km de Cuiabá), que participaram da roda de conversa promovida pelo Poder Judiciário de Mato Grosso na tarde desta terça-feira (17 de junho),  por meio da campanha “Eu Digo Basta! - Poder Judiciário contra a Violência Doméstica e Familiar”.


A iniciativa integra o Plano de Gestão 2025-2026 do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) e está alinhada às diretrizes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que orienta os tribunais a implementarem ações de proteção às mulheres no sistema de Justiça. O trabalho é conduzido pela Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cemulher-MT), sob coordenação da desembargadora Maria Erotides Kneip, e pelo Núcleo de Atendimento - Espaço Thays Machado, criado em homenagem à servidora do PJMT vítima de feminicídio em 2021.


A atividade marcou mais uma etapa da interiorização da campanha e foi realizada no auditório do Tribunal do Júri e na sala de audiência do Fórum. O encontro reuniu servidores e servidoras em um momento de escuta ativa, acolhimento e compartilhamento de informações ligadas à prevenção e ao enfrentamento da violência doméstica e familiar no âmbito institucional.


“Essa interiorização é muito importante. Fomos muito bem recebidos tanto em Jaciara quanto em Juscimeira. Tivemos a oportunidade de explicar o que é o Núcleo, quais tipos de violência existem, já que muitos conhecem apenas a física, e vimos que os servidores ouviram atentamente, prestando atenção em cada detalhe. Creio que estamos plantando sementes. Esses servidores serão multiplicadores desse conhecimento, mesmo que não precisem diretamente. Em seus lares, entre amigos ou na comunidade, poderão orientar outras pessoas”, avaliou a juíza colaboradora do Núcleo, Tatyane Lopes de Araújo Borges.


A assessora jurídica do Núcleo, Laurair Ribeiro, reforçou a fala da magistrada ao destacar o caráter contínuo e estratégico da ação. “Quando cada um entende a dimensão do problema e conhece os canais de acolhimento, ele passa a ser também um agente de transformação. Esses folhetos que entregamos podem salvar vidas”, afirmou.


O juiz diretor da Comarca de Juscimeira, Alcindo Peres da Rosa, também participou da roda de conversa e ressaltou a relevância de ações como essa, especialmente em comarcas menores. “Sabemos da vida de quase todos, e às vezes a vítima não quer se expor. Por isso, é fundamental que as servidoras conheçam esse meio de combate à violência, que saibam que há um canal seguro de apoio e acolhimento”, enalteceu.


A escuta sensível da equipe encontrou eco em diversos relatos. A servidora Simone Luiz dos Santos, assistente de gabinete, evidenciou que a maioria dos processos locais envolve violência doméstica. “Ter um espaço de acolhimento específico para as servidoras é uma segurança. Às vezes, as pessoas pensam que, por estarmos no Judiciário, não passamos por isso. Mas podemos passar. E saber que existe esse Núcleo é saber que estamos acolhidas".


Já a técnica judiciária Lucilene Soares Paniago, com 25 anos de atuação na Comarca, lembrou que já presenciou casos que não vieram à tona por falta de apoio. “Agora que temos o Núcleo, é uma conquista que vai ajudar muita gente".


O gestor-geral da Comarca, Paulo Pessoa, também valorizou a ação. “Dificilmente vemos algo assim acontecer no interior. E quando acontece, é preciso reconhecer. É um projeto que deve ser abraçado por todos, pois mostra que o Judiciário está atento às mulheres que atuam na instituição”, opinou.


Sobre o Núcleo Thays Machado - O Núcleo presta atendimento psicológico, jurídico e institucional, sempre com sigilo e acolhimento, a magistradas, servidoras efetivas e comissionadas, estagiárias, terceirizadas, credenciadas e aposentadas que estejam enfrentando situações de violência doméstica e familiar.


Próximas etapas - Após passar por Jaciara e Juscimeira nesta terça-feira (17), a Campanha “Eu Digo Basta!” segue nesta quarta-feira (18 de junho) para a Comarca de Rondonópolis (212 km de Cuiabá), onde haverá nova programação com palestra, rodas de conversa e entrega de panfletos explicativos sobre tipos e ciclo da violência assim como os canais de atendimento da unidade.


VEJA FOTOS:

Fonte: Talita Ormond / Foto: Alair Ribeiro

Coordenadoria de Comunicação do TJMT

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