Bispos franceses admitem 'responsabilidade institucional' da Igreja em casos de pedofilia
- TOP Juscimeira
- 5 de nov. de 2021
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Em outubro, uma comissão independente calculou em um relatório que cerca de 216 mil menores foram vítimas de abusos por padres e religiosos na França entre 1950 e 2020.

Os bispos da França admitiram que a Igreja Católica no país tem responsabilidade institucional nos milhares de abusos sexuais contra menores e sua dimensão sistêmica, anunciou nesta sexta-feira (5) seu chefe, Éric de Moulins-Beaufort.
Eles tomaram a decisão de admitir a responsabilidade durante uma reunião em Lourdes.
"Essa responsabilidade implica um dever de justiça e de reparação", afirmou o presidente da Conferência Episcopal local, para quem os abusos ocorreram por um "contexto geral de funcionamento, mentalidades e práticas dentro da Igreja".
Em outubro, uma comissão independente calculou em um relatório que cerca de 216 mil menores foram vítimas de abusos por padres e religiosos na França entre 1950 e 2020.
Se forem levados em conta os trabalhadores de instituições religiosas, o número aumenta para 330 mil.
O relatório foi elaborado a pedido do episcopado e de outra instituição religiosa. O texto afirma também que houve "entre 2.900 e 3.200 pedófilos" entre os 115 mil padres ou religiosos registrados durante essas sete décadas e que 80% de suas vítimas foram meninos de 10 a 13 anos.
As revelações do abalaram a França. O presidente da Conferência Episcopal pediu perdão às vítimas e até o Papa Francisco expressou sua "imensa dor" e "vergonha" diante do alcance do escândalo.
Mas a polêmica continuou após as declarações controversas do episcopado, que afirmou que o sigilo da confissão está acima da lei, mesmo em caso de abusos contra menores. Outro tema sensível é como financiar as eventuais indenizações.
O relatório foi tema da reunião anual de bispos franceses no famoso centro de peregrinação mariana, que deve ser finalizado no início da próxima semana.
Entre suas 45 recomendações, pede-se à Igreja para reconhecer sua responsabilidade "sistêmica", social e civil nos fatos e lançar dispositivos de reconhecimento das vítimas como cerimônias públicas, missas ou memoriais.
Para financiar as indenizações das vítimas, a comissão pediu para descartar as doações dos fiéis e usar "o patrimônio dos agressores e da Igreja da França".
Fonte: G1

























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